Minas Gerais voltou a acender o alerta para a febre maculosa em 2025. Até o momento, foram confirmados 27 casos da doença em todo o estado, incluindo duas mortes em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A situação levou a prefeitura da cidade a decretar emergência em saúde pública, medida que busca intensificar ações de prevenção, diagnóstico e combate ao avanço da enfermidade.

Em Belo Horizonte, já foram contabilizados quatro casos neste ano. Três pessoas contraíram a doença em outros municípios e apenas uma foi infectada dentro da capital. A presença do carrapato-estrela, transmissor da bactéria Rickettsia rickettsii, segue sendo o principal fator de risco, especialmente em regiões onde há maior circulação de animais silvestres, como as capivaras, além de cavalos, bovinos e cães.

A febre maculosa é considerada uma das doenças transmitidas por carrapatos mais graves no Brasil. O período de incubação varia de dois a 14 dias após a picada. Os sintomas iniciais muitas vezes se confundem com outras enfermidades, o que dificulta o diagnóstico precoce. Entre os sinais estão febre alta, dor de cabeça intensa, dores musculares, náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal. Em alguns casos, surgem manchas vermelhas nas palmas das mãos e solas dos pés, além de erupções que podem se espalhar pelo corpo.

Se não tratada rapidamente, a febre maculosa pode evoluir para quadros graves, como insuficiência respiratória, falência múltipla de órgãos e até gangrena em extremidades. A letalidade é alta quando o tratamento com antibióticos não é iniciado de forma imediata. Por isso, autoridades de saúde reforçam que qualquer pessoa que apresente sintomas após ter frequentado áreas de risco deve procurar atendimento médico sem demora.

O diagnóstico é clínico e laboratorial, realizado por meio de testes específicos, como imunofluorescência e PCR. O tratamento é feito com antibióticos adequados, que devem ser administrados o quanto antes para aumentar as chances de recuperação.

Como forma de prevenção, especialistas recomendam evitar áreas com presença de carrapatos, sobretudo locais de pastagem ou matas frequentadas por animais silvestres. Quando o acesso for inevitável, orienta-se o uso de roupas claras e compridas, com calças por dentro das meias, além de repelentes à base de icaridina. Outra medida fundamental é inspecionar o corpo a cada duas horas durante atividades em áreas rurais e remover imediatamente qualquer carrapato encontrado.

O governo de Minas e as prefeituras das cidades afetadas têm intensificado campanhas educativas, monitoramento ambiental e capacitação de equipes médicas. A expectativa é que a população esteja mais atenta aos sinais da doença, já que a detecção precoce é o fator mais determinante para salvar vidas.

Com a confirmação das duas mortes em Caeté e os novos casos em diferentes regiões, a febre maculosa se consolida como um dos principais desafios de saúde pública em Minas neste ano, exigindo vigilância constante e engajamento coletivo na prevenção.

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