O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) julga nesta terça-feira, 15 de julho, às 16h, o recurso que pode cassar os mandatos da prefeita de Mário Campos, Professora Andresa (PSB), e do vice-prefeito Danilo Dias. Eles são acusados pelo Ministério Público Eleitoral de cometer irregularidades na aplicação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o chamado "Fundão".

Segundo o MP Eleitoral, a chapa teria doado materiais de campanha a candidatos de partidos que não integravam a mesma coligação e repassado cerca de R$ 19,6 mil para serviços advocatícios considerados suspeitos, representando 18,84 % do total arrecadado na campanha. Ainda de acordo com a denúncia, os recursos teriam sido usados em transações com indícios de superfaturamento e sem relação com o mercado local.

Em primeira instância, a juíza da 288ª Zona Eleitoral entendeu que as irregularidades foram sanadas com a devolução dos valores e não justificavam a cassação. O Ministério Público recorreu ao TRE-MG, que agora decide se mantém ou não os mandatos da prefeita e do vice.

Professora Andresa foi eleita com 5.307 votos, o equivalente a 57,61 %. Tem 48 anos, é pedagoga e natural de Ibirité. Seu nome ganhou projeção regional após o rompimento da barragem da Vale, em 2019, que matou seu filho Bruno em Brumadinho. Desde então, ela se tornou uma das principais lideranças da AVABRUM, associação que representa as famílias atingidas.

O caso mobiliza lideranças políticas e moradores da região metropolitana de Belo Horizonte, especialmente em nossa cidade, Brumadinho, onde a trajetória de Andresa é vista com respeito e empatia. Caso o TRE-MG acate o pedido do Ministério Público, uma nova eleição poderá ser convocada em Mário Campos.

A sessão desta terça será híbrida, com possibilidade de participação presencial e transmissão online pelo canal oficial do TRE-MG. A reportagem acompanha o desdobramento do julgamento.