Mais de 220 cavalos morrem após consumo de ração suspeita e casos são investigados em vários estados

Mortes de cavalos por ração suspeita se espalham pelo país.
O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou a morte de 222 cavalos em diferentes estados do país com suspeita de ligação ao consumo de uma ração fabricada pela empresa Nutratta Nutrição Animal. A empresa foi procurada pela imprensa, mas não respondeu até a publicação das reportagens.
Em comunicado divulgado no dia 17 de junho, a Nutratta afirmou que, desde os primeiros sinais de anormalidade, agiu com responsabilidade, cautela e colaborou com os órgãos competentes. A empresa também declarou que, até o momento, não há evidências de contaminação ou falhas nos produtos destinados aos bovinos. A fábrica que produz a linha de ração para cavalos foi interditada pelo ministério, e amostras foram coletadas para análise.
Desde o primeiro comunicado, a Fiscalização Federal Agropecuária iniciou investigações nos estabelecimentos onde foram registrados casos de adoecimento e morte de equinos. Segundo o ministério, os casos apresentaram associação com o consumo de rações da empresa citada.
Atualmente, o ministério investiga outras 195 mortes suspeitas, sendo 40 casos no sudoeste da Bahia, 70 em Goiânia, 34 em Jarinu, 10 em Santo Antônio do Pinhal, 18 em Uberlândia, 8 em Guaranésia, 8 em Jequeri e 7 em Mariana.
Laudos preliminares apontam a presença de substâncias tóxicas em algumas amostras, como a monocrotalina, um alcaloide encontrado em plantas do gênero Crotalaria. Essa substância pode causar lesões graves no fígado, rins e pulmões dos animais. A confirmação definitiva ainda depende dos resultados laboratoriais finais.
A linha de produção da Nutratta voltada para equinos permanece interditada. A empresa recorreu judicialmente e obteve decisão favorável para retomar parte das atividades, mas a suspensão para a ração de cavalos continua em vigor.
O Ministério da Agricultura orienta que criadores e veterinários comuniquem qualquer caso suspeito por meio dos canais oficiais. A situação é monitorada de perto pelas autoridades, que aguardam os laudos finais para adotar novas medidas, se necessário.
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