Vale causa novo transtorno e escancara reparação falha, PTR segue reduzido

Mais um transtorno causado pela mineradora Vale atinge Brumadinho. Uma adutora da empresa se rompeu na manhã desta segunda-feira, 28 de abril, sob a Ponte Alberto Flores, que liga a comunidade de Córrego do Feijão ao centro da cidade, provocando a interdição total da via.
Equipes da Defesa Civil e da Polícia Militar foram acionadas e isolaram o local. De acordo com a Prefeitura de Brumadinho, não há risco imediato para as residências próximas, e o trânsito está sendo desviado por rotas alternativas. Ainda segundo a administração municipal, a empresa foi notificada para que faça os reparos necessários e adote as medidas de contenção de danos o mais rápido possível.
O rompimento evidencia o que os moradores sentem na pele diariamente: os impactos da mineração continuam, enquanto a mineradora se recusa a assumir de forma plena a responsabilidade pelos danos que provoca. Mesmo diante de mais este episódio, a Vale mantém a política de reduzir o pagamento do Programa de Transferência de Renda (PTR), benefício voltado à reparação social das famílias atingidas.
O incidente escancara que a mineradora está longe de cumprir com o seu papel no acordo de reparação firmado em 2021. Os impactos são constantes, os transtornos são diários, e a postura da empresa contradiz o discurso de que a reparação estaria sendo feita. A situação também coloca em xeque a decisão da Justiça, que recentemente suspendeu a obrigação da Vale de realizar novo depósito para a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Enquanto a empresa é beneficiada nas decisões judiciais, a população segue sendo a maior prejudicada. “Enquanto a justiça fica do lado da Vale, nós moradores seguimos sofrendo com os impactos todos os dias”, desabafa um morador.
Em nota, a mineradora Vale informou que identificou o vazamento em uma adutora de água industrial e que equipes técnicas foram mobilizadas para realizar os reparos necessários. A empresa também afirmou que atua para garantir a segurança das pessoas e minimizar os impactos causados pelo rompimento.
Apesar do posicionamento oficial, a revolta dos moradores cresce, diante da sensação de que os problemas causados pela atividade da mineradora continuam a se repetir, sem que haja uma reparação concreta e duradoura.
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